sábado, 26 de abril de 2025

Vacilo


Vacilo, em desassossego,

entre o peso da placidez,

preso ao regalo das raízes

e as asas que o instinto

indiscreto me oferece.

 

Persegue-me o que desconhecia,

bloqueado pelo esforço

de conter o apetecível.

 

Ocupo-me dos limites,

quando irresistivelmente

penso infinito.

 

Navego na expectativa

de um qualquer rio,

acendo-me de Sol,

atiço a consciência,

afogo-me na felicidade

que me desagua.

 

Recuso-me ao pântano

das inculpas e medos.

 

Quero voar,

sob oiro,

no azul do sabiá.

 

 

 João Marques Jacinto

 

Sem comentários:

Enviar um comentário