Um só corpo
para tanta alma
e somente me sei
como penso.
E apenas me conto
pelo tempo que vivo,
como se fosse, apenas Eu e Agora,
e o que vejo e sinto
pudesse alcançar,
e assim em pureza me tivesse permanecido,
e mais sentidos houvesse
para toda a existência.
Não me imagino,
porque dificilmente me alcançarei,
para além deste sítio onde (me) habito.
Mas haverá em outro lugar,
num outro tempo,
o hoje que sou.
E assim também serei
o ontem e amanhã de mim
e de outros que melhor me saberão
e ainda mais o que ainda não sei,
nem nunca saberei,
nem sou.
Acordarei sempre
depois de um qualquer sono,
mesmo que profundo,
em toda a parte onde me souberem
e houver suporte para tanta alma.
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