Se for alto o mar,
navega-te por entre marés,
até que te percas no horizonte
de todas as vistas.
Deixa que o vento te sopre as vestes
e colhe, em cada onda,
um sonho-peixe.
Que a deusa
e a sereia se cubram:
uma, de oiro e azul;
a outra, de conchas, algas e verdes.
Antes que o Sol penetre as últimas águas,
segue cada barco que alcances,
como um beijo meu,
até à praia onde o desejo se cumpre.
Aquece essa grande noite
com um xaile bem negro-saudade
e reflete-te no crescente de cada lua.
Flutua sobre esse mar de prata
e espera por mim, à beira da manhã,
do dia que nos acontecer,
for só nosso.
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