quinta-feira, 24 de abril de 2025

Mar de Prata


Se for alto o mar,

navega-te por entre marés,

até que te percas no horizonte

de todas as vistas.

 

Deixa que o vento te sopre as vestes

e colhe, em cada onda,

um sonho-peixe.

Que a deusa

e a sereia se cubram:

uma, de oiro e azul;

a outra, de conchas, algas e verdes.

 

Antes que o Sol penetre as últimas águas,

segue cada barco que alcances,

como um beijo meu,

até à praia onde o desejo se cumpre.

 

Aquece essa grande noite

com um xaile bem negro-saudade

e reflete-te no crescente de cada lua.

Flutua sobre esse mar de prata

e espera por mim, à beira da manhã,

do dia que nos acontecer,

for só nosso.

 

 

 

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