quinta-feira, 24 de abril de 2025

Sem Amanhã

 

Sentado no poial

da tua espera,

espero-te, curvado

à tua ausência.

 

Sinto o silêncio no umbral

dos desencontros,

à medida que a porta

se abre,

ainda a ranger.

 

Já é tarde demais

para continuar a esperar,

sem manhã,

sabendo-te já distante,

fora destas paredes,

longe do amargo

desespero.

 

Dogma do Verso

 

A minha religião é a Poesia,

e sigo extático

os que tecem o pensamento

com a mística pulcritude da palavra.

 

Rezo a filosofia da alma

em cada linha de um poema,

com asseveração,

no delubro do grande Verbo.



João Marques Jacinto

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