Instala-se o Inverno na alma,
onde se guarda, pela noite dentro,
entre silêncio e frio,
a única semente que resiste.
E cairão os chifres da ganância,
antes que o cume da rochosa montanha ruísse.
E no alto de todas as mortes possíveis,
será despojado de importância e de pertenças.
O espírito, então, revigorado,
sofrerá a destinação de encarnar
uma nova primavera.
Restará apenas o tempo
para que se apague o que sobrou da montanha,
e se faça notar
a essência humana, (re)nascida na planície.
E o velho Capricórnio,
com corpo de bode e cauda de peixe,
terá apenas de aceitar
que morreu,
como o seu Sol,
que agonizou parado
por três longas noites
e três insignificantes dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário