quarta-feira, 30 de abril de 2025

Ilha por Vir


Esta união, de facto,

desfaz-se,

com estrelas sem céu,

mãos sem enlace,

tratados frouxos,

raízes sem terra,

ideias sem fé,

promessas em desalinho...

 

Espera-se a derrocada,

pretexto de liberdade suprema:

que a península se rompa,

ilha por vir,

e se entregue aos mares do possível

e do futuro.

 

Consagra-me o destino:

um irmão de sangue,

casas geminadas até à alma,

outros virão,

unidos pela palavra

e pelo coração de todas as histórias.

 

Mas persiste uma flor,

resiste a qualquer vento,

enlaçada ao bordão da esperança;

quer ser romã

e árvores.

 

E eu,

por vontade de todos,

também serei.

 

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