Perseguimos o que ainda não tocamos,
corações em chamas, na promessa que arde.
Imaginamos que a conquista será abrigo,
um alívio, onde o peso se dissolve.
Mas ao alcançá-la, o prazer se evapora,
como o ressoar de um passo já dado,
e no seu lugar, a ausência se estende,
gelada e silenciosa,
como o último reflexo antes do fim do dia.
Desejo e tédio giram em espiral,
um a um, como rostos que se repetem.
O que antes era sonho, agora é apenas
o vestígio de um passo que se desfez.
Buscamos sempre mais,
mas cada resposta se afasta,
além do alcance de nossas mãos.
E na quietude do já alcançado,
percebemos que a vontade nunca se aquieta,
pois não é na posse que repousa a paz,
mas na busca constante,
na procura sem fim,
que nunca encontra descanso.
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