quinta-feira, 24 de abril de 2025

Traços de Nodos

 

Os que se encontram a sul

prendem-me ao que já não serei.

Os que ocorrem a norte

constam desta metamorfose,

que flui até onde tiver de chegar.

Enquanto ao centro do Todo,

cingido pela esfera dos deuses,

sofro o equilíbrio do sem-tempo,

ao eterno caminho do agora.

 

E um rio são meus pés,

e a glória, um rochedo que me pesa ao alto.

E haverá sempre um Eu à minha espera,

fazendo-se passar por outro(s).

 

E o primeiro choro é o da criança,

e o derradeiro é o do saber, em silêncio,

pelo que se provou

e do que ficou por haver.

 

E os Nodos trespassam a alma,

apontando o sentido da digna fortuna.

 

 

João Marques Jacinto 

 

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