sábado, 27 de agosto de 2016

O que é isso...

O que é isso de se ter consciência
Ou o Inconsciente

Dolorosa é a devaneação de se atingir felicidade
Sempre como meta futurível
Sem que se lá chegue jamais
Esmar magnificente
E considerar ímpar
Sem que se saiba a razão dos indetermináveis limites

Somente o Homem
Se espreita num qualquer espelho
Sem que se consiga alguma vez ver
E assentir
E no território da existência
Bem demarcadas estão as fronteiras pelos seus sentidos 

O que é isso de se ter consciência
Ou o Inconsciente

Se sabeis
Então dizei-me 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Parabéns!

Estar vivo
de força
de esperança
de alegria
de sonho
de vida…
E ter na coragem
o entendimento do tempo
com a sabedoria 
da eterna juventude.

Parabéns;
com amor e vida!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sol de Todos


Há uma Lua, em Nós,
que outrora nascera
e era dia,
mergulhada num pântano
cerrado de medos e (des)ilusões.
E nela, espelha-se  
abaixo do horizonte,
já posto,
o Tempo enraizado,
firme na convicção
de que perdurará aquele momento.
A Lua quase apagada
de tanto morrer
é surpreendida com o tempo do Tempo
que se desprendeu da terra do ouro
para lhe tocar com uma noite quente
e um último beijo.
E fundem-se na inquietude,
para que se salvem almas
e um novo Tempo descenda.

Tudo tem um termo
para que haja a sorte
do Sol de todos.


24-06/22-07

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pobreza


Pobreza
é a noite mais escura
onde se possa mergulhar,
quando há tanta porta
e janela por abrir,
para que entre gente
e Luz.
Não há pecado maior
do que viver só
e na escuridão,
sem querer rasgar, com esperança,
a mais bela das madrugadas
e partilhá-la com amor
com quem mais precise.

Apenas sou...


Não posso querer
o que nunca será para mim,
nem crer
no que não me foi consagrado.
Deixar-me-ei vestir
pelo que me sirva
e assente bem,
como se me sentisse nu
e descalço,
e assim me conhecesse melhor
e também sentisse o chão
que me nasce debaixo dos pés,
porque nada me pertence,
nada possuo,
apenas sou, o que possa valer,
pelo que faça, nesta Viagem.

Idealidades


Antes, era moço,
e sonhava.
Agora, resta-me esperar
que algum de meus mui sonhos
afinal se concretize,
para que até ao fim
possa crer, que valeu a pena
ter idealidades
E, quiçá, ainda sonhar.

Viver é bom
quando iludidos, como crianças,
mas a primavera também tem fim
e a realidade, depois do outono, é dura,
e nem todos sabem brincar com simplicidade,
seja em que estação for.

Escravidão


Fora abolida a escravatura
para dar lugar à escravidão.

 E não há preço
que resgate a liberdade.

Sou um dos donos a quem me pertenço
viciado a viver como alguns, de todos.

E os caminhos são cada vez menos
e mais estreitos.
E os indómitos mais ferozes.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A personagem de nosso drama


Cada um representa os seus papéis
para se esconder de sua vida real.

E quanto mais se encena
mais se esquece quem é
e de como é capaz de brilhar melhor
no palco que lhe pertence.

Todos somos bons atores,
mas cabe-nos o papel principal;
ser a personagem de nosso drama,
a que o Encenador ditou.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Ser O Todo


O Assolador
vai no encalço das vítimas
como inócuo
ou prejudicado,
na exatidão do que planeia.

Não há mal,
que não se arme em bem.

E o bem nasce da Sombra
a todo o instante
e se transmuta em Luz
e revela na dor
sem queixume.

Há que ser o Todo
para que se escolham
quais as partes.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A mentira...


A mentira
exibe-se  
por entre meias falsas verdades.

A verdade
nunca vem ao de cima,
mas sim o que possa justificar
nossas dúvidas.

O que importa
é o decifrável
à sobrevivência,
no tempo.

E com o tempo
tudo se clareia,
quando já pouco interessa.

 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

É o Medo que nos faz diferentes

Conhecemo-nos tão mal.
E o pouco que sabemos de nós nos convence,
que entendamos quem, já somos!
E quanto mais compenetrados,
mais iludidos!

Temos um corpo,
mas somente o que o reveste
e o caracteriza
contemplamos.
E pensamos tanto
sem nunca saber,
o que nos faz pensar
e obriga a viver.

É o Medo que nos faz diferentes;
a Mãe é a mesma!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ser o Amor

Amo-me,
quero-me demais,
talvez pela Sombra de mim,
onde nunca me alcanço,
e convenço-me
de somente amar,
como não causar dor,
quem também finge que me ama,
por igualmente se gostar tanto
e sofrer de desamor.
E quando, jamais temer a solidão,
talvez me encontre na pura afeição
e atraia quem, também, já se venceu no ego.
E então, fundir-nos-emos, livremente num só corpo,
vibrante de sentidos
e do que mais inventarmos,
e atinjaremos a grandeza da uma só Alma,
desnudada de tudo,
despreocupada com todos.

Jamais desejarei amar,  
ter quem me ame,
apenas, quero ser o Amor.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Não sei ainda quem sou


Não sei ainda quem sou.
Ainda não me conclui
no fado que me leva de passo em compasso
à última nota do canto ínfimo de mim.
A todo o instante me descubro
no que me peça, para que faça;
cedendo às emoções que mais me despertem,
para que me, seja um pouco mais,
transmute estimulado ao que me suceda, mesmo que tema,
e sinta mais perto do que me desejo e sinta
e não ao que sempre me fizeram crer, que seria e/ou deveria sentir.

Dói-me ter de sair do ventre do mundo dos preconceitos,
tal como do de uma mãe; as dores pelas contracções antes da Luz…
E esta gestação não tem tempo que se conte…
Serei eu que me haverei de parir de coragem
e com a vontade maior de ser autêntico e maduro,
quando o momento em mim assomar
e não couber mais, de tantas inverdades,
na alma, ferida, da essência.

Quantos, já morreram,
sem nunca terem (re)nascido,
apodrecidos de tanto se fingirem ao espelho,
sem nunca terem olhado para além de sua(s) persona(s)
E incrédulos permanecem, sem alcançar,
de que por haver o direito à igualdade
é porque todos temos o dever de ser diferentes
e que cada qual deverá ser único no melhor e pior de si, sem prejuízos,
mas no benefício da (r)evolução?

sábado, 30 de março de 2013

Não é difícil ser feliz

Ser feliz é
ser-me aqui, agora mesmo,
sem que, tenha pressa em adiar-me,
de correr para a morte,
ou olhe para trás,
como se lá estivesse o que me falte.
Esquecer-me do medo
e não me sonhar mais do que, o que me consiga,
deixar que o Amor me arrebate,
em vez de querer possuir o que me compense
do que não sei ser de mim.
Ser livre até onde me possa alcançar
e sentir o que mais me dê prazer,
sem que me aflija.
Ter o Universo inteirinho em mim,
sem que nada me pertença,
mas tudo usufrua.
O encontro de todos os Eus
sem que nenhum minta
e sejamos alegria...

Não é difícil ser feliz,
mas acabo quase sempre por, seguir,
pelo caminho, que julgo ser mais fácil,
errar.
Falta-me coragem de transparência,
sobre-me vicios à vontade
e tenho desejos inexplicáveis...

Humanamente, erro,
por entre as leis da física e a química;
me confundem.
E lentamente progrido,
há séculos,
sem que ainda saiba os códigos do génesis.

De que serve a fé,
sem que se concretize o milagre?
 

sábado, 23 de março de 2013

Um só Rei






















Muitos Céus,
uma só Terra.
Muita vida,
poucos reinos.
Muitos homens,
um único Povo.
Muitas culturas,
um só Rei.

E ainda muitos enigmas
para o tempo,
a morte
e o fim.

E a Acácia do primus Jardim, ainda está florescida .





Imagem/Leão de Judá
 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Primavera

Muitos me olham
e poucos me veem.
Outros já não me (re)conhecem.
Muitos se esqueceram de minha existência.
Eu também me resguardei de mais,
como se o frio do inverno me fosse fatídico,
e houvesse porta sem fechadura,
para que da casa de mim, nunca saísse.

Mas já faltam poucos dias
para que o Sol se cruze em outro desígnio
e se eleve no Céu como Primavera da promessa ,
e me nasça um tapete de lírios brancos,
e flutue eu no seu doce aroma,
e haja um abóboda de azul celeste,
para todos os voos de chilreados cânticos
e muito amor para quem vier a habitar o próximo jardim.

Que seja veste o tempo ameno
e que a humanidade nunca mais se faça noite
e haja sempre luz para o sofrimento,
e me construa eu nuvem sem qualquer vento,
me evapore no coração de toda a arte do ser,
e me sintam como se fosse a borboleta que anuncia
o renascimento, que se exclama da Mãe-Terra,
a que sai no meio do Universo.

 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Fotografia

Trabalho a fotografia.
Aprimoro a imagem,
de modo a que pareça perfeita,
e sem idade…
O negativo permanecerá,
e será sempre o que retratou o possível,
o instantâneo momento.
E dele se poderão fazer outras reproduções,
utilizar novas técnicas,
criar ilusão...

Haverá , no entanto, sempre uma fotografia
de cada ensejo, bem guardada,
normalmente é a primeira,
a que nunca foi retocada,
intemporal,
a melhor,
a mais autêntica,
mesmo que desfocada
e com grão.

domingo, 10 de março de 2013

Legado


Não pretendo lutar mais, contra os inimigos,

vencer  quem conheça eu as fraquezas,

combater contra as ameaças que me queiram ferir o ego…

O meu único adversário serei eu

em todas as Batalhas,

e comigo guerrearei até encontrar a paz;

o único legado que valerá a pena deixar a este mundo.
 
Assim tenha eu tempo para resolver os conflitos
 
que me estão nos genes

e conseguir ser suficientemente livre 

para que nunca me deixe tentar

e saiba conquistar a prima individualidade.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Marioneta


Quero ter o sonho que me acorde,

a esperança que me mantenha vivo,

a ilusão de que valho,

a fé para que me acredite

e as dores naturais do crescimento…

Quero ser eu,

se souber o que ser ,

enquanto houver tempo que me conte,

e na lucidez que me compromete,

e com a força, para que me habite, que persiste...

E tantas vezes, que me sinto uma marioneta,

sem saber ao que sirvo,

quem me mexe

e onde tudo acontece,

que quaisquer coisas que pretenda querer

será sem querer,

apenas por almejar humildemente crer

que haja o que me complete

no Amor que ainda busco.


 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lucidez


Procuro sempre a explicação mais simples,

ou negá-la ao que me pesa.

O confronto com o que é real

é o caminho para a liberdade, que se reza,  

que leva à individualização que salva

e à ausência das expectativas que magoam,

até se gastarem as palavras

que dirijo sobre os outros,

mas que só de mim tudo dizem.

Serei o que em mim houver

até que não mais me (re)veja,

apenas sinta a vida

e me deixe acontecer,

sem medo de ter fim,

porque já fui tanto até viver

que alguma coisa subsistirá,

depois…

Só importa o que me cabe cumprir,

ter alguma lucidez

e sensibilidade na planta dos pés.
   

 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Compito


Compito comigo,
com o outro,
com o que me é igual,
pelo diferente.
É um instinto ancestral,
animal,
que compete com o intuito de se ser racional,
impessoal…
Compito com o Animus,
pelo feminino mais profundo da humanidade, em mim,
para que sobreviva à obrigação de justificar,
da perpetuação…
Compito até ficar exausto de nunca me vencer
e aceitar o Self maior da minha natureza
e sossegar
e haver uma verdade pacifica
para a existência
e o amor que me revolucione.
Compito até merecer todo o universo
que me saiba
e em mim caiba.

 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal


Natal sem Pai Natal
não é Natal!
Sem ele
ou sem o menino Jesus!

É preciso saber reinventar a esperança,
quando se deixa de ser menino
e descobre o mundo horrendo, 
e que o Homem pouco cresceu,
desde que Ele nasceu,
ou mesmo depois, da Coca-Cola
ter recriado este Pai Natal da nossa infância,
de outros nos terem feito sonhar 
outros tantos sonhos, 
depois de já crescidos,
para que nos mantivéssemos acordados
e ainda de pé,
numa constante espera de nada,
iludidos de tudo.

Era importante que houvesse um menino Jesus
mesmo que fosse só durante o Natal
e um Pai Natal,
somente para as crianças.

Queria ser Natal
todos os dias,
se houvesse em mim um Menino. 




sábado, 29 de setembro de 2012

Tempo

Quando for tempo
do Tempo passar pelo ciclo do pântano,
então haverá tempo,
para que esse tempo chegue a um outro tempo
e o que reste se esgote,
e o que ainda haja, mais ainda se perca.

E o Tempo pesará no tempo de todos,
para que, surja o tempo
de haver melhor tempo
e sejamos mais Tempo.

Depois o Tempo viajará
outro tanto tempo,
até se apoderar de seu trono
e ser tempo do Tempo.

Entretanto por cá,
depois do breve verão de outono *,
se afundará a grande nau do delírio,
pois o Tempo cumpre em pouco tempo,
o que lhe cabe marcar,
e o tempo do Tempo, sem que nunca pare,
correrá lento e ainda mais devagar,
para que se aprenda,
sinta a importância de qualquer tempo
do Tempo,
com tempo.


05/10/12 a 18/09/15
23/12/14 a 21/12/17
* 9/16Nov.12 - 24Jun./9Jul.13(r)/22Jul.13(D)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Liberdade

A liberdade é um sonho,
porque sou um prisioneiro.

As grades impõem-se
constringindo o espaço de ser.
A norma maior é a ganância
e não há piedade
na vil disputa.

E eu recrio cárceres
para que não me resigne à realidade.

Serei livre
quando já não houver condenados
e estiver despojado de insignificâncias
e a verdade for cooperação.

sábado, 18 de agosto de 2012

Esperança d`Alguém

Está aí, alguém,
do outro lado de Mim?

Responda!
Aja!

Ninguém responde!

Parece não haver,
já, quem nos consiga
dar Alma!

Quem existe e pode, está na Sombra
e traz-nos mais escuridão.

Haja, Luz,
esperança d` Alguém,
com espada, nobre,
e Lis no peito.

domingo, 12 de agosto de 2012

Poesia é...

Poesia é
o céu que eu abro,
o céu que em mim eu quero,
o mar onde eu navego,
o mar onde eu me perco,
a brisa que me refresca,
o vento de quando me enfureço,
a casa que me habita,
a cama onde eu adormeço,
o sonho que me sucede,
o desengano que me desalenta,
o abraço que não se esquece,
a saudade por quem nunca surge,
a morte que sempre se espera
o desespero pelo que urge
o amor do desencontro
a paixão por quem não existe
a suplica de quem tanto peca
a fé que me acredita,
a esperança que me penetra,
o que dita minha alma velha,
a memória de minha criança,
o que eu de mim confesso,
voz de Deus,
alento para que me vença,
ostentação de um pobre espirito
um clamor da consciência....

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Histórias

Qualquer história tem um fim.
Em algumas, custa a lá chegar.
Não é relevante que tenham um final feliz,
mas frustrante, quando tudo era tão óbvio,
e nunca se quisera imaginar, assim.

Porque se acreditou sempre em outro desfecho,
por haver motivações contraditórias,
muita sedução,
promessas de amor...
Nem que fosse o que ficasse por contar,
mas haveria sempre qualquer coisa que se seguísse,
concretizasse,
nos desse esperança,
de moralizante,
mesmo que nunca tivesse sido mencionada.

Tão catastrófico e desumano,
tão pouco inteligente,
para ser contada pelo Homem,
como se nunca soubera inovar o bem
e fosse constantemente obrigado a repetir-se nos mesmos erros.
 
 
"Histórias"
dedicado à Angela e todos os fazedores desta História, para que entre 13 de Julho e 29 de Agosto a recriem ou ditem um ponto final em finais de Outubro e seja Novembro já outro parágrafo e o Senhor do Tempo nos dê outra pontuação.

Romã e árvores

 
Esta união, de facto,
que se desfaz,
como estrelas que não encontram céu,
de mãos não dadas,
de laços e tratados mal apertados,
de parentesco sem raízes,
de intuitos sem fé,
de ideologias desconcertadas...
Espera a derrocada,
que seja pretexto
à liberdade suprema,
como península,
que se quebre
em ilha
e navegue aos mares do possível
e de futuro.

Consagra-me o destino:
um irmão de sangue,
que nossas casas sejam geminadas
até à alma,
que outros virão
unidos pela palavra
e ao coração de todas as histórias...

Persiste uma flor,
ao efeito de quaisquer ventos,
enlaçada ao bordão da esperança;
quer ser romã
e árvores.

E eu,
por vontade de todos,
também serei.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cântico do Incentivo

Cântico que em mim soas,
me soas à flor do ouvido,
como quem procura a morte,
sem nunca ter nascido.
Bailas no pensamento
acendrado, no intróito
com um brandão rafado,
escopo de um sentido,
por mim desejado,
em mim amado e veraz .
Esgueiras-te
por entre os sons
que o vento traz,
confluindo eu,
para não te deixar de ouvir,
ao centro da minha alma
aljube e vil,
e a mim te vinculo,
pois sempre no tempo
essas vozes hão-de haver.
Estruturado és em pugna
entre a morte e a vida,
entre todo o homem e a guerra,
entre a fome e a paz…
Com um brandão rafado,
escopo de um sentido,
cântico que em mim soas,
me soas à flor do ouvido..

Espetaculoso

Alguém que nos foi especial,
único,
espetaculoso,
jamais deverá ser vivido como um espetáculo.

A alegria maior advém da contemplação
da essência do que advém também da impessoalidade,
nunca das vanidades do involucro no singular.

Porque tristeza,
é a miséria de quem tudo julga quase possuir
mas não sabe
ou pretende dividir,
porque nada lhe chega
para que se sinta alguma vez valioso
e vivo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Verdade

Sinto-me, cada vez, mais perto da verdade,
sempre que duvido.
Mas, ao certo, nunca a soube,
a encontrei,
por muito que tudo questione...
Ou mais longínquo,
por nunca estar convencido

domingo, 29 de julho de 2012

A Revolução é vermelho-coração

Muitas são as faces de ti,
que tão habilmente, te sabem esconder,
sem que te dês conta.
Por vezes, reconheço-as, por entre outras tantas,
que desconcertadamente, se manifestam,
fazendo questão de serem bem marcadas,
como se fossem únicas, primeiras, diferentes de todas,
e tu as sentisses e vivesses como a verdade.
O Todo decifra-se por todas as partes
e todas convergem para o Todo.
E nada mais existe, que não fora já urdido.
O contentamento nem sempre traduz alegria,
pode também ser luta contra a tristeza.
E há quem se extroverta para não se saber
ou no silêncio de si se esconda,
por tanto se idealizar,
e também temer.
A sublevação contra o mundo só é pertinente,
depois de se terem as pazes feitas,
com, todas as faces,
ter presente a riqueza de todas as partes,
a vida,
quando não é por mim que defendo ou agrido;
a revolução é vermelho-coração, sim, pelo plural.
Mesmo que imute o material bélico
e seja estudada outra estratégia.
E tudo o que profiro,
não é só no que em ti vejo,
mas por que em ti, também me revejo,
antes que digam,
para que tudo melhore
e eu sempre consiga ver mais,
ver o que consiga
e ser quem tiver de ser,
se tiver de ser,
com todas as faces,
em todas as partes.

domingo, 22 de julho de 2012

Ai, Portug(ra)al, minha fratria!...

O meu país
está doente,
desfalecido,
moribundo,
decadente,
sofre
de um social ismo
qualquer,
raro,
mutante,
mortal...

No meu país
ainda se crê;
(re)criar o fado,
(re)viver os sonhos
dos heróis,
e dos poetas
que tão bem
nos (re)inventaram,
e nos (re)conduziram
à (r)evolução...

É preciso
(re)descobrir
o Espírito,
(re)fundá-lo,
(re)povoá-lo!...
Ser
em português!

Ai, Portug(ra)al,
minha fratria,
ainda vos esperam
a glória,
o mundo
e eu!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Carne e alma

Dói tanto até que se dissipe o nevoeiro
que se criou sobre nós, desde o berço, devagar.
E hoje bem cerrado, denso...
Um dia, sem que se dê por isso,
deixará de nos resguardar e confundir.
E mais do que a ambição que nos leva a ser como alguém
e não o que se deveria ou desejaria,
será a descoberta de todos os Eus,
livres, autênticos,
capazes de se despirem de todos os atavismos,
para que a borboleta brilhe,  como a mais bela das crianças,
conscientes de que é bem mais fácil e simples  ser-se, tão somente o que se é
 e interdepender inteiros;
de carne e alma.

Sou pequeno demais...

Sou pequeno demais

para que possa, alguma vez, ser uma boa pessoa,

insuficiente,

para que dê alguma coisa a alguém,

de forma ordinariamente altruísta ou generosa.

Sempre que digo mal,

é por que invejo…

E o Homem nunca será mundo,

porque ninguém, aceita, desde o nascer,

a sua humilde e digna condição,

e todos desde sempre são apenas ensinados ao disfarce...

Aprecio o que me traz vantagens

e brinco de enamorado

para que me instruam no amor

e chegue à salvação por me fazer de tão infeliz…

Quão imaturo sempre fui,

para que me sinta algum dia adulto

e ambicioso,

para que encontre o lugar onde me realizar

e seja simplesmente tão só eu.


E olho o Mar

e perco-me a contar ondas,

e adormeço sobre o imenso areal da minha vida,

por entre conchas e algas e tanto lixo,

como se o futuro fosse, aquele exacto momento,

como se morresse, ali...

E nada mais restasse, após a maré ter subido,

senão a velha alma, ainda aprendiz,

e mais uma vez, capaz de se fazer à faina

depois de todo o Mar ter naufragado seus subversivos estados.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Entro...

Entro num templo e oro
a Deus e aos santos
para satisfazer
ou aquietar os que em mim,
têm forte crença no divino
ou temem a desgraça.
No entanto persisto em me pensar
no agnosticismo.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

A vida é...

A vida é uns quantos estados de espirito,
mesmo que não haja razão,
reino de todos os sentidos
tem tempos de euforia
e silêncio,
tanto é primavera
como cai um nevão,
nascimento,
como solidão;
de quem também morre, mas parte mais tarde,
briga entre irmãos,
como paz;
a velha camuflagem de guerra…
E a tormenta, lá fora,
é quase sempre a desculpa ao desassossego
que fervilha bem cá dentro,
desde a alma até à alma da Alma.
E logo tudo o que se nega, já se é.
E diz-se que sim ao que desafia, e ilude,
e se tem duvida…
E nunca se imaginaria ir tão longe,
quando se pensou apenas restar por aqui,
nem os deuses ousaram ser tantos,
sujeitos ao incómodo humano,
nem o Homem jamais se atrevera,
com tanta arrogância sonhar-se infinito
e esmagar-se contra Deus…
E nem eu fora educado a pôr tanta coisa em causa,
viajar para além de outras fronteiras,
que não as de este Mar,
nem a me descobrir em novas Terras de mim,
nem a inspirar todos os ares de todos os mundos,
nem a crer que existo e sou também mundo,
mesmo que não me concretize muito mais, do que na forma que, agora, ocupo
e no sítio onde moro.

A vida é o grande segredo do Alquimista.
E eu, que nem vocação tenho para aprendiz
não passo de um complexo laboratório,
em pleno funcionamento, em horário laboral.



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sou animal


Sou animal.
Disso, jamais me deverei esquecer,
mesmo que quase nunca me queira lembrar de minhas, nossas, origens.
No que resta, motivado(s) pela a ambição
ou pelo medo,
fui-me, fomo-nos, especializando,

tornando mais sofisticado(s),

artistas e manhosos,
omisso(s)…
E morrerei como animal, mesmo que creia que Deus exista
para me diferenciar, na vida, de outros,

também Nele nascidos.
Sou animal
e apenas valho pelo que sou, por entre tantos,
porque nada mais possuo,
e a vida é muito mais do que o(s) Eu(s) do presente,
e nem a mim me iludirei de que alguma vez me pertença.
E quem me aceitar assim, é porque entende quem é e onde habita,
e tudo aceita sem sobre tudo pensar demais,
e apenas tem a pretensão de me gostar,
para que se vença constantemente, também, na solidão,
como Terra perdida no infinito Universo,
e ao mito da existência para além do que se consiga durar,

à terra, como um animal.


terça-feira, 12 de junho de 2012

E não fosses Homem


Ontem, despiste-te, à minha frente,  
por alguns minutos, que me pareceram breves, demais,
para o que queria contemplar
e, melhor, pretendia compreender.
Quando cheguei já te encontravas desnudado,
um pouco, somente da parte direita.
Mostraste-te humilde
e vigoroso no abraço.
Por fim tiraste o resto
e entre tanto que te deste
consegui ver o teu enorme coração.
De repente temeste a verdade do que te perturba
e cobriste-te de farrapos de nadas,
e persistente foste na indiferença,
como se já não existisse
e de outros te vestisses,
muitos, que também conheço, como tu,
e nunca te tivesse visto inteiro
e não fosses Homem,
que até me terrifiquei
só de pensar que podia ser também assim,
perverso e mesquinho,
e me trajo igualmente tão mal,
quando, fujo, a ter de me olhar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Creio

Creio que estou na vida por amor,
que a entrega está para além da vontade
e também do que me derrota,
e enquanto sentir paixão, viverei, mais que tudo!
Tenho futuro,
pressinto, que há futuro para mim,
mesmo que seja ainda hoje, a qualquer momento,
e tenho desejo de aprender na hora,
mesmo fora de horas;
ainda sei tão pouco sobre as coisas,
como o muito que julgo entender de mim
e os que crêem ser como eu,
mesmo os mais descrentes.
Sonho que sou o eterno conquistador da liberdade,
a que há-de surgir, fora inventada,
e dos dias que nascem na minha rua,
cada vez mais tarde,
mas os mais claros,
porque os cinzentos guardo-os só para mim,
para que me esqueça de quem ainda possa ser,
ou misturo-os num qualquer beco,
onde gente desgostosa resiste ao amor
e tenho a pretensão de sobreviver aos abandonos
dos que me alimentam vícios,
estimulam à dependência,
jogam com o intuito de terem poder,
e quanto mais me iludo,
mais me hei-de vir a parecer com eles...
Creio!
Creio, que creio, sei lá,
ou não passo de um amador,
que crê ainda viver.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A vida

Será o enforcado um frustrado
e o fugitivo irresponsável?!
Haverá forma de contornar esta constante abulia,
este (re)morrer de quem nunca se irá levantar
e vir a ser corajoso e até crente?

Ambiciono, pela libertação,
e possuir nada,
e o que eu valha sirva apenas para (sobre)viver
mesmo que esteja já morto, para os demais,
e a serenidade, aquela que se diz alcançar e ser eterna.
A vida não é uma utopia,
nem o Homem um engano da natureza.
Há sempre um (re)começo sob um outro céu;
mesmo sem moeda na alguibeira,
nem mágoas e ilusões no coraçâo.
O apelo maior do Homem não é vencer a vida,
mas surprendê-la.

No preciso do momento

Quanto mais se finge
o que não se é,
mais se é o que se finge,
e longe está de se entender
e viver o ser que lhe estaria destinado.
Ontem já era tarde,
Agora, ainda mais.
Mas até ao fim há tempo para conquistas
e será, de desassossegos, no eterno limite do abismo,
que surgirá um outro Eu,
feito de labutas e consolos,
(im)perfeito, auêntico, humano...

Por muito que me diga
nunca me ouvirei,
antes que viva,
o que sempre me falei.
Só, batendo a calçada,
se sente cada pedra que se pisa,
no preciso do momento.