quarta-feira, 30 de abril de 2025

Construção Interna


Ergo-me

na solidez do meu mundo,

acreditando no valor

do que possuo.

 

Resisto

às mudanças

que me forçam à liberdade.

 

Insisto

em preservar o que julgo ter.

 

Involuntariamente,

enfrento-me no abismo

e caio, falido de cansaço,

esmagado pela estagnação,

paralisado pelo medo.

 

Os pássaros,

que partiram das minhas mãos,

fazem-me olhar para a grandeza do céu,

esquecer de seguir os pés

e as pedras que, cuidadosamente,

antevejo pisar.

 

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