Gosto de procurar o infinito
quando os meus olhos se perdem nos teus,
e viajo ao pensamento da mais profunda abstração,
onde mora o entendimento que não sabemos coligir.
Abro-me num sorriso de prazer de deuses,
pelo rio por onde me levas,
ao oceano de ti,
como ninfa ou sereia,
e cerras timidamente as pálpebras,
quebrando de mim teu belo ver.
Deixas sumir-me em anseio,
sem saber mais,
sem te ser mais,
e agarro a tua mão.
E dás-me a mão.
E não há mais espaço que nos desagregue.
O beijo de todos os que se amam arde além-lábios,
em nós,
e não há mais forma para tanto sentir,
nem razão que nos desenlace,
viole a liberdade de descobrir,
amar.
Olhar é muito.
Nunca deixes de olhar para o amor que te sente,
para que sintas sempre amor no olhar.
Não deixes nunca
que nada nos impeça a este olhar.
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