quinta-feira, 24 de abril de 2025

Que mais poderei ser


Que mais poderei ser

senão o amor que procuro?

E não haverá termo que omita este sonho

nem sabedoria que evoque esta razão.

Somente em mim há precipícios ao descontentamento,

um tombar de pássaros inconsumíveis nos voos de meu páramo.

E não há cores para este branco,

nem sopros que despertem, na obscuridade, a manhã,

nem âmago que dialogue entre si a mesma verdade

e intrepidez que quebre com malevolentes reminiscências.

 

Que mais poderei ser

senão o amor que procuro?

Até que, na circunstância do Incriado,

se intersecte o outro mundo de mim

no eu mais límpido de outro.

 

 

 João Marques Jacinto

 

 

 

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