Quando o corpo se curva contra a gravidade,
e os pés se tornam nuvem,
o acrobata sorri,
pois sabe que o céu se alcança com as mãos no chão.
No movimento, a vida se desvela,
como uma dança onde o equilíbrio é apenas ilusão,
e a alma, ao se lançar para o abismo,
descobre que a queda é apenas o início de um voo.
O mundo vira espelho de cabeça para baixo,
os horizontes já não são linha reta,
mas caminho serpenteado entre os dedos do tempo,
onde o salto não é fuga, mas ascensão.
Cada giro, cada movimento,
uma acrobacia do espírito que, ao se perder,
encontra a sua verdade.
O corpo se estira,
a mente se alinha,
e o voo não é feito de asas,
mas da coragem de se lançar ao impossível.
O acrobata é aquele que, sem redes,
mira as estrelas
e se lança ao vento,
sabendo que, para alcançar o divino,
é preciso ver o mundo de outra altura,
com os pés para o céu
e a cabeça na terra.
A vida, como um grande espetáculo,
é feita de saltos, tombos e piruetas,
mas no final, quem dança não cai,
apenas se eleva.
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