Podes saber deveras,
mas nunca preverás que chegue,
enquanto bravateares
e pouco conceberes ouvir,
porque essa avidez jamais assentirá
do que ainda há para ser dilucidado.
Não possibilites às frustrações
que te cerrem e obstruam a lucidez para com os vivos,
e não digas dos outros
o que imperfeitamente de ti resulta.
É obsceno como olhas para quem em ti se constrói como
inimigo
(o mal habita viciado em ti)
e cobiças a coroa que supuseste nele,
a que se ajustaria com esmero no cimo de teu tão
enaltecido poderio.
Ainda crês na tua proficiência,
quando sempre maior foi a pretensão
do que assistir,
ignorado de te deixares temer
por aquele que mereceu
e lidera o mar.
Há por aí maliciosas vozes.
Maliciosas.
Palavras maliciosas,
maliciosamente cuspidas
no âmago de quem acoitou,
em que a discórdia não age de testa à vontade
e se fazem timbrar nos escombros obscuros
da cegueira dos puros,
é claro.
E iminente, está, minar as certezas construídas,
engendrar o apavoramento,
cursar maledicência,
exclamar vãs promessas
vozes de quem nada ainda demonstrou.
E no desnorteio do que se possa forjar para enganar,
para que se venha a auferir o assento e a urbe,
e o domínio
e imperar
com demais sobrantes,
os desanichados deste maquiavelismo pacóvio,
como se a intelecção à verdade vencesse
e os que chefiam não fossem homens cônscios e de
querer.
Há por aí maliciosas vozes.
Maliciosas.
Palavras maliciosas.
Maliciosamente
ambiciosas.
João Marques Jacinto
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