Soledade é noite que se desfaz
quando o silêncio se desintegra,
como nevoeiro sobre portas cerradas.
Há portas a quem ninguém bate,
janelas difíceis de ouvir.
Mas há sempre o som de um lar perdido
em qualquer esquina de rua.
Não é a ausência que mais dói,
mas o fogo que arde sem tocar a carne,
como um vento que sopra, mas não move a chama.
Viver no desespero é resistir ao reflexo do próprio
grito,
sem saber se é a morte ou a vida que nos chama.
Quem reage à escuridão não vê a palavra,
não vê as estrelas, mas apenas sente o calor da
promessa,
na qual se acredita para que nunca se extinga.
Partilhar a madrugada é dar a alguém a chave
para abrir o próprio ser,
sem saber se o amor é a luz
ou apenas uma sombra
procurando outra sombra.
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