Corpo,
não te digo, és meu.
Sou-te.
Sou-te inteiro,
desde o primeiro pulsar.
Não és carne,
és cosmos.
Fábrica secreta
de tudo quanto sou
e ainda ignoro.
Em ti,
cada célula
é um reflexo de estrelas.
Cada dor,
uma memória antiga
do que fui,
ou do que hei de ser.
Não me expliques.
Respira.
Sê presença.
Quando falhas,
não te acuso.
Quando tremes,
sustento-te.
Tu és o meu chão
e o meu voo.
A tua finitude
não me limita.
Amplia-me.
E se um dia
te desfizeres,
sei,
terei habitado
o infinito.
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