No silêncio húmido da raiz,
um véu denso vibra,
não de sombra,
mas de promessa que ainda ferve sob a terra.
A boca do mundo abre-se em segredo
quando os olhos dormem.
Ali, o coração tacteia
os veios ocultos da flor que não se apressa.
Um gesto fino, quase
impercetível,
une os lençóis do desejo à memória.
O toque não corta: revolve.
Tudo é húmus.
Tudo é sede recolhida
num corpo que não grita,
mas escuta a dança lenta
do que em breve se erguerá.
E há beleza nessa contenção.
Uma beleza de ventre
que sabe o tempo do relâmpago
e ainda assim escolhe o gotejar.
(15 de abril de 2025 - Poema inspirado na configuração celeste deste dia –
posição dos planetas e aspectos)
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