quarta-feira, 7 de maio de 2025

No tempo em que o chão range

Há dias em que o chão range,

mesmo quando os passos são leves.

Algo sob a pele das horas

toma forma, pede nome,

mas ainda não é voz.

 

Como se o mundo estivesse a segurar a respiração,

no instante anterior ao gesto

que pode ou curar

ou partir.

 

Há forças que se olham de frente

sem saber se são abraço ou combate.

E há decisões que ninguém vê,

mas moldam o destino como água que escava.

 

O coração sabe

o que a mente ainda evita.

E o corpo, mesmo cansado,

reconhece o sopro do que é inevitável.

 

Por isso, se sentes o rumor no silêncio,

não o ignores.

É o tempo a dizer-te que escolhas pequenas

são sementes de futuros imensos.

 

Anda.

Devagar, mas inteiro.

O mundo precisa dos que caminham

mesmo quando tudo parece parado.

 

 

 

 

 

 

20 de abril (Poema inspirado na configuração celeste deste dia — posição dos planetas e aspetos)

 

 

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