Há dias em que o chão range,
mesmo quando os passos são leves.
Algo sob a pele das horas
toma forma, pede nome,
mas ainda não é voz.
Como se o mundo estivesse a segurar a respiração,
no instante anterior ao gesto
que pode ou curar
ou partir.
Há forças que se olham de frente
sem saber se são abraço ou combate.
E há decisões que ninguém vê,
mas moldam o destino como água que escava.
O coração sabe
o que a mente ainda evita.
E o corpo, mesmo cansado,
reconhece o sopro do que é inevitável.
Por isso, se sentes o rumor no silêncio,
não o ignores.
É o tempo a dizer-te que escolhas pequenas
são sementes de futuros imensos.
Anda.
Devagar, mas inteiro.
O mundo precisa dos que caminham
mesmo quando tudo parece parado.
20 de abril (Poema inspirado na configuração celeste deste dia —
posição dos planetas e aspetos)
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