Nem tudo precisa ruir
para que o novo se instale.
Às vezes basta um deslocar de ombro,
um gesto menos bruto,
um olhar que abranda
antes de julgar.
Hoje, o mundo pesa
como se o chão exigisse mais firmeza
de cada passo.
Mas firme não é o que endurece,
é o que escuta o próprio peso
e o distribui com cuidado.
Há vontades que rugem,
querendo sair pela força.
Mas o tempo pede outra coragem:
a de conter sem reprimir,
a de agir sem atropelo,
a de esperar sem desistir.
Quem hoje se ergue com doçura
não é frágil.
É ponte entre o que deseja
e o que o mundo pode receber.
Não se trata de calar o fogo,
mas de aprender a dançá-lo
com pés bem plantados na terra.
E se doer,
lembra-te:
também isso é sinal
de que estás vivo
e ainda te importas.
19 de Abril de 2025 (Poema inspirado na configuração celeste deste dia —
posição dos planetas e aspetos)
Sem comentários:
Enviar um comentário