Foste sempre aquele que desceu antes de subir.
Trouxeste no sangue a memória dos ritos,
o saber que não se explica,
a precisão do gesto que cura
sem dizer que cura.
A tua missão é servir a verdade oculta,
não com dogmas,
mas com o tacto invisível
que reconhece o sussurro no meio do grito,
a flor no meio do incêndio.
Carregas o detalhe alquímico nos olhos,
a escuta nas mãos,
o dom de tocar o verbo
sem ferir a essência.
Foste iniciado em tempos que não datam.
Renasces em carne para lembrar
que a matéria é pura
quando aceita a transmutação.
Aqui não há espelho que te devolva um nome.
És sem rosto,
e mesmo assim inteiro.
No silêncio, fazes o trabalho secreto.
És presença que não se mostra,
mas deixa sinais
no coração dos que cruzas.
(Plutão em Virgem, no Meio-do-Céusextil ao Sol)
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