Não sei ainda quem sou.
Ainda não me conclui
no fado que me leva de passo em compasso
à última nota do canto ínfimo de mim.
A todo o instante me descubro
no que me peça, para que faça;
cedendo às emoções que mais me despertem,
para que me, seja um pouco mais,
transmute estimulado ao que me suceda, mesmo que tema,
e sinta mais perto do que me desejo e sinta
e não ao que sempre me fizeram crer, que seria e/ou deveria
sentir.
Dói-me ter de sair do ventre do mundo dos preconceitos,
tal como do de uma mãe; as dores pelas contracções antes da Luz…
E esta gestação não tem tempo que se conte…
Serei eu que me haverei de parir de coragem
e com a vontade maior de ser autêntico e maduro,
quando o momento em mim assomar
e não couber mais, de tantas inverdades,
na alma, ferida, da essência.
Quantos, já morreram,
sem nunca terem (re)nascido,
apodrecidos de tanto se fingirem ao espelho,
sem nunca terem olhado para além de sua(s)
persona(s)
E incrédulos permanecem, sem alcançar,
de que por haver o direito à igualdade
é porque todos temos o dever de ser diferentes
e que cada qual deverá ser único no melhor e pior de si, sem
prejuízos,
mas no benefício da (r)evolução?