Ladra, cadela, ladra!
No cio da ambição
copulas com os cães
da fortuna,
sem faro às soluções.
Persistes em nos estontear,
girando em fechados círculos.
Não há trela,
que te guie a bom caminho,
nem açaime,
que nos controle a raiva.
Já foste em tempos,
de vacas-gordas,
satirizada
de a grande porca
(onde todos mamam),
e poderias, agora,
ser coqueluche
usando alma-cheia
de gente viva e feliz,
em vez de presunçosa rafeira,
sem matilha que a honre.
E as crias vão-te morrendo
sem que já haja berço pátria,
e te valham as tetas;
parecendo enormes,
estão mais que secas,
pela desvergonha de alguns.
O osso é mais difícil de roer,
depois de comida toda a carne.
Ladra, cadela, ladra,
que é a vida que nos morde!
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