Paro.
Paro e escuto-me atentamente.
E traduzo por palavras,
o que em mim estava adormecido,
desde as profundezas dos tempos,
e que por entre tantos afazeres
que me justificassem
e me confundiam,
julgava perdido,
tudo o que sinto.
E declamo em voz alta
os versos que me nascem do infinito,
para que me ouça, convicto,
e saiba definitivamente quem sou,
e procure com correcção
vestir este caminho,
que sai tão lentamente do nevoeiro,
e me estava desenhado há muito.
E assim entender melhor
o sentido da existência,
e percorrê-lo coerentemente,
com firmeza,
a cada passada pelas conquistas,
ao lado, também, de quem ainda
precisa que lhe dêem as mãos,
e não teve coragem de parar
e de se ouvir com atenção,
nem de se perdoar.
Paro
para que me chegue o tempo,
à revelação.
Paro,
e acredito-me,
para que me cumpra
no fado,
que afinal, não é só meu,
para que também seja,
e por bem,
de todos.
Verdadeiramente, somos todos um.
ResponderEliminarEste fado náo é só meu.
Aleluia!