quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Dói-me a solidão

Dói-me demais a solidão,
para que não tema o abandono,
ficar só continuamente.
E por muito que me rodeie de gente
não encontro quem me sare
esta ferida da alma tão antiga.
Tudo é demasiado vasto e intrincado
para que me encontre na casa de mim
e haja lucidez que me tranquilize,
chão que me dê raízes,
amor que não se explique,
espírito que me entenda e aceite,
berço que me oscile e reconforte a vida...

Há horizontes maiores
do que estes, de meu lugarejo
que me possam dar outras esperanças
e quebrar este cansaço de tanta exiguidade.

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