quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ninguém diz a verdade

Ninguém,
diz a verdade,
é dono das certezas,
conhece o todo...
E todos se enganam de convicções,
por que intensa é a luta dos opostos,
e preferem ausentar-se da realidade,
e fingir o que não são,
criticar nos outros o que mais lhes dói...
E facilmente pertencem ao que lhes, dá deleite,
beneficia na (sobre)vivência...
E inventam-se como especiais, ímpares,
e crêem-se como produtos dos céus,
e têm esperança de transcender a carne,
quando ela já fede, decadente.
Impressionam até ao fim,
compensando o temor de abandono,
com o instintivo intuito do poder.
E têm o desejo maior de serem imperecíveis
como os deuses que lhes nascem,
e assumem-se como criaturas escolhidas
e abençoadas pelo divino,
e incutem o medo e o dever de sacrifício
aos mais vulneráveis e puros idealistas,
consoante as necessidades dos tempos.

É mais real, uma qualquer mentira,
do que a mais absoluta das verdade.

E cada vez mais me calo,
elejo o silêncio,
mas nunca me deixarei de interrogar
sobre isto, aquilo,
quem sou e o que os outros representam,
mesmo que escasseiem as respostas.

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