quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Soletra-me

Soletra-me por entre os teus lábios
e pressente-me aqui, nestes versos que te escrevi,
quando te adivinhava à minha procura.
Mesmo não te vendo o rosto,
sentia-me, já no pulsar de teu coração
como se vibrássemos ao ritmo do universo
e nos sentíssemos tão perto um do outro
e tudo fosse tão grandioso e belo.
E por cada palavra que declames aí bem dentro de ti,
é como se me inventasses como tu
e te sentisses eu
e surgisse a dúvida de quem escreve ou lê e ouve,
e eu me perdesse em ti,
por entre tantos pensamentos
e tu te achasses em mim,
por o que desejei e tudo o que te dediquei
e eu e tu fossemos todos os outros, que se escrevem ou falam
e desejam o amor, mesmo sem que o saibam descrever
ou ler, verbalizar...

E continua a ler-me.
Não páres.
Continua, por amor e pela poesia,
mesmo que tudo não passe de mais um capricho!...

Sem comentários:

Enviar um comentário