Tenho receio de morrer,
mas estimulo-me ao abismo.
Esta incognitude de desejo
e aparente incongruência de viver
são bem mais intensas do que eu,
para que, tão simplesmente, desapareça no nada,
sem que recrie os limites do desassossego
e o que vem das profundezas de mim,
como se, fosse sem querer,
a todo o momento, e anseio,
o que me (re)desenho aos apelos do caminho,
e antes, nunca o tenha sabido.
Se pratico alquimia,
não terei de ser, também, milagreiro.
É o espelho que me mata;
e tremendo sempre foi o conflito,
entre o que hei-de ser, e sou,
e nele (me) reflito,
exagerando, o que compense,
ao que ainda não me sei,
para que a inteligência que me rege
me una até ao fim.
Descanso,
terei mais tarde,
o eterno,
quiça morto.
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