quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Na casa onde mora

Na casa onde moro somos muitos.
Da minha espécie só eu existo, por enquanto.
O gato brinca comigo
e tem-me afecto,
como se fosse uma criança.
Os peixes oferecem-me tantas lembranças
e um bocadinho de oceano.
Espero o dia, em que me entre pela porta um qualquer pássaro,
que queira fazer dali, também o seu ninho
e um céu.
As plantas, rego-as com respeito,
como se fossem sabiamente velhas,
dão-se-me de tantos verdes
e em flor.
Outros, também lá vivem,
mas não são tão visíveis e sociáveis;
continuam a crescer...
Na casa onde moro,
todos temos o intuito de não sermos infelizes,
amando-nos,
e certamente, nos sentimos filhos do mesmo Ser,
desde o começo.

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