Tenho Deus como vizinho.
A porta em frente à de minha casa
é uma das três principais de Seu templo,
a mais preciosa; abre-se por entre colunas estriadas,
que carregam enorme frontão,
onde estão inscritos uma pomba,
no centro de um grande círculo,
sobrevoado por dois anjinhos,
com uma cruz terminando, no topo de um corpo triangular.
Essa porta nunca se abre
e eu raramente entro pelas outras.
Ele sim, é testemunha de tudo o que acontece na minha,
quem entra e sai...
Ontem, escrevi-lhe uma carta
e pu-la debaixo da grande porta, durante a noite,
para que ninguém a encontrasse
e só Ele a lesse.
Nela pedia-Lhe ajuda,
para que me fosse devolvido um terço que perdera há muitos anos,
para que a oração de minha criação estivesse completa de sujeitos
e o verbo fosse Amar,
possuísse todas as contas...
Espero que o meu pedido se concretize
sem que se altere o brilho de todas as estrelas
e se for merecedor.
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