Somos todos iguais,
mas queremos persistir na diferença,
ser no pretensiosismo
mais parecidos
com os que são únicos,
deuses, imortais...
Acabamos por pecar no original;
mata-borrões convencidos,
menos idênticos
na simplicidade da verdade.
Cópias de manchas
não definidas, negras,
repetidas de imperfeição,
algumas já sumidas,
convictas de lucidez
e sabedoria,
apregoando teoria,
explicitando experiências,
tudo o que foi aprendido, sofrido,
dominando sapiência,
a moralidade do amor,
o conhecimento de bem sobreviver...
Ocultando às claras as suas tocas,
malabaristicamente estimulando, fingindo,
idealisticamente criticando,
numa terapia de quem se procura na utopia,
acreditando ser único,
o melhor,
e eterno.
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