Procurei no tempo
a vontade para me amar;
nunca encontrei horas,
nem dias disponíveis.
Vivo multiplicado
de insatisfação,
cedendo à exigência,
de quem frustrado
ama a minha obediência,
o meu perturbado silêncio,
e castigo o impulso do não.
Viciado no prazer dos outros,
sou o enforcado,
estrangulado de anulação...
Ou o ramo da virtude,
que se quebre
com a obesa dor
e caia na liberdade
de quem me queira bem,
de quem me oriente
no caminho não periférico
de meu amor.
Não há formas de ser,
mas conteúdos de amar.
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