terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cobardia

Observo impune,
critico abusivamente,
condeno inflexível,
culpabilizo sem dor,
recrimino sem piedade,f
orço a confissão,
propagandeio a ameaça,
difamo aos ventos
e em pública praça.
Invento o que me convém,
exagero no pormenor,
omito o que serve a dúvida
e atiro a primeira pedra.

Quero um marginal,
não perdoável,
um alvo fácil
de se corromper,
que não se defenda,
onde eu me proteja,
mascarando a cobardia...

A revolta indignada
é o reverso do medo.
Aproveito-me da vítima,
para de mim me esconder.

Ai, que de mim, ouça nada!
Quero ser como me dou,
nunca parecer o que sou!

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