domingo, 18 de dezembro de 2011

Hou da barca

Hou, da barca!
Para onde me levas?

Hou, prometedor de glórias,
com disfarce de timoneiro anjo!
E que de outros desfizeste,
como se nunca os tivesses sido;
o diabo
e o(s) companheiro(s).
Com moralidade,
na farsa do engano,
seduziste,
ultrajaste,
e nos traíste…

Não sou fidalgo,
nem burguês.
Nunca enriqueci
por confiar dinheiro.
Não sou incrédulo
por ser imperfeito.
Tenho sangue judeu
mas não sou usurário,
nem, alguma vez,
de procurador fiz,
e também não sou sapateiro...
Tenho outras mestrias!
Procuro ser justo,
sem ser corregedor
e justiceiro...
E até agora, nunca
tentei me enforcar.
Falo e escrevo,
sem muita à vontade,
promovo a (re)conciliação,
mas jamais serei alcoviteiro!…
E tonto, fui, somente
por tua causa!

Não quero promessas
de paraíso,
nem viver neste vil inferno!
Quero um par de remos
e que se faça barca a cidade;
bem guarnecida,
barca segura,
barca da vida!...

Hou, barqueiro!
Para onde nos levas
que por aí,
não queremos ir?!

Larga-nos
no próximo cais.
Lá, nos esperam
quatro bons cavaleiros,
a primavera,
e a liberdade!

Hou, da barca!
Hou, barqueiro!

Abaixa aramá esse cu...
E despeja aquele banco.

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