segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Espelho meu

Quero-me curar
das crostas empedernidas,
e das chagas que teimam
em não cicatrizar,
envoltas de pus,
infectadas de raiva...
Quero
ter na vontade
o segredo da cura,
a percepção do tempo da dor,
resistir à constante comichão,
para não voltar a sangrar
ao pôr o dedo na ferida,
no escarafunchar do confronto
com as mágoas.

Quero uma pele limpa de cicatrizes,
sem vincos de receios, de mal dormido,
sem rugas de tristeza guardada,
sem golpes, que me trespassem a alma...

Quero que seja o espelho, que me mire.
Olhá-lo?!...
Não pretendo mais magoar-me!

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