quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Romã e árvores

 
Esta união, de facto,
que se desfaz,
como estrelas que não encontram céu,
de mãos não dadas,
de laços e tratados mal apertados,
de parentesco sem raízes,
de intuitos sem fé,
de ideologias desconcertadas...
Espera a derrocada,
que seja pretexto
à liberdade suprema,
como península,
que se quebre
em ilha
e navegue aos mares do possível
e de futuro.

Consagra-me o destino:
um irmão de sangue,
que nossas casas sejam geminadas
até à alma,
que outros virão
unidos pela palavra
e ao coração de todas as histórias...

Persiste uma flor,
ao efeito de quaisquer ventos,
enlaçada ao bordão da esperança;
quer ser romã
e árvores.

E eu,
por vontade de todos,
também serei.

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