quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sou animal


Sou animal.
Disso, jamais me deverei esquecer,
mesmo que quase nunca me queira lembrar de minhas, nossas, origens.
No que resta, motivado(s) pela a ambição
ou pelo medo,
fui-me, fomo-nos, especializando,

tornando mais sofisticado(s),

artistas e manhosos,
omisso(s)…
E morrerei como animal, mesmo que creia que Deus exista
para me diferenciar, na vida, de outros,

também Nele nascidos.
Sou animal
e apenas valho pelo que sou, por entre tantos,
porque nada mais possuo,
e a vida é muito mais do que o(s) Eu(s) do presente,
e nem a mim me iludirei de que alguma vez me pertença.
E quem me aceitar assim, é porque entende quem é e onde habita,
e tudo aceita sem sobre tudo pensar demais,
e apenas tem a pretensão de me gostar,
para que se vença constantemente, também, na solidão,
como Terra perdida no infinito Universo,
e ao mito da existência para além do que se consiga durar,

à terra, como um animal.


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