sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sou pequeno demais...

Sou pequeno demais

para que possa, alguma vez, ser uma boa pessoa,

insuficiente,

para que dê alguma coisa a alguém,

de forma ordinariamente altruísta ou generosa.

Sempre que digo mal,

é por que invejo…

E o Homem nunca será mundo,

porque ninguém, aceita, desde o nascer,

a sua humilde e digna condição,

e todos desde sempre são apenas ensinados ao disfarce...

Aprecio o que me traz vantagens

e brinco de enamorado

para que me instruam no amor

e chegue à salvação por me fazer de tão infeliz…

Quão imaturo sempre fui,

para que me sinta algum dia adulto

e ambicioso,

para que encontre o lugar onde me realizar

e seja simplesmente tão só eu.


E olho o Mar

e perco-me a contar ondas,

e adormeço sobre o imenso areal da minha vida,

por entre conchas e algas e tanto lixo,

como se o futuro fosse, aquele exacto momento,

como se morresse, ali...

E nada mais restasse, após a maré ter subido,

senão a velha alma, ainda aprendiz,

e mais uma vez, capaz de se fazer à faina

depois de todo o Mar ter naufragado seus subversivos estados.

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