segunda-feira, 30 de julho de 2012

Verdade

Sinto-me, cada vez, mais perto da verdade,
sempre que duvido.
Mas, ao certo, nunca a soube,
a encontrei,
por muito que tudo questione...
Ou mais longínquo,
por nunca estar convencido

domingo, 29 de julho de 2012

A Revolução é vermelho-coração

Muitas são as faces de ti,
que tão habilmente, te sabem esconder,
sem que te dês conta.
Por vezes, reconheço-as, por entre outras tantas,
que desconcertadamente, se manifestam,
fazendo questão de serem bem marcadas,
como se fossem únicas, primeiras, diferentes de todas,
e tu as sentisses e vivesses como a verdade.
O Todo decifra-se por todas as partes
e todas convergem para o Todo.
E nada mais existe, que não fora já urdido.
O contentamento nem sempre traduz alegria,
pode também ser luta contra a tristeza.
E há quem se extroverta para não se saber
ou no silêncio de si se esconda,
por tanto se idealizar,
e também temer.
A sublevação contra o mundo só é pertinente,
depois de se terem as pazes feitas,
com, todas as faces,
ter presente a riqueza de todas as partes,
a vida,
quando não é por mim que defendo ou agrido;
a revolução é vermelho-coração, sim, pelo plural.
Mesmo que imute o material bélico
e seja estudada outra estratégia.
E tudo o que profiro,
não é só no que em ti vejo,
mas por que em ti, também me revejo,
antes que digam,
para que tudo melhore
e eu sempre consiga ver mais,
ver o que consiga
e ser quem tiver de ser,
se tiver de ser,
com todas as faces,
em todas as partes.

domingo, 22 de julho de 2012

Ai, Portug(ra)al, minha fratria!...

O meu país
está doente,
desfalecido,
moribundo,
decadente,
sofre
de um social ismo
qualquer,
raro,
mutante,
mortal...

No meu país
ainda se crê;
(re)criar o fado,
(re)viver os sonhos
dos heróis,
e dos poetas
que tão bem
nos (re)inventaram,
e nos (re)conduziram
à (r)evolução...

É preciso
(re)descobrir
o Espírito,
(re)fundá-lo,
(re)povoá-lo!...
Ser
em português!

Ai, Portug(ra)al,
minha fratria,
ainda vos esperam
a glória,
o mundo
e eu!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Carne e alma

Dói tanto até que se dissipe o nevoeiro
que se criou sobre nós, desde o berço, devagar.
E hoje bem cerrado, denso...
Um dia, sem que se dê por isso,
deixará de nos resguardar e confundir.
E mais do que a ambição que nos leva a ser como alguém
e não o que se deveria ou desejaria,
será a descoberta de todos os Eus,
livres, autênticos,
capazes de se despirem de todos os atavismos,
para que a borboleta brilhe,  como a mais bela das crianças,
conscientes de que é bem mais fácil e simples  ser-se, tão somente o que se é
 e interdepender inteiros;
de carne e alma.

Sou pequeno demais...

Sou pequeno demais

para que possa, alguma vez, ser uma boa pessoa,

insuficiente,

para que dê alguma coisa a alguém,

de forma ordinariamente altruísta ou generosa.

Sempre que digo mal,

é por que invejo…

E o Homem nunca será mundo,

porque ninguém, aceita, desde o nascer,

a sua humilde e digna condição,

e todos desde sempre são apenas ensinados ao disfarce...

Aprecio o que me traz vantagens

e brinco de enamorado

para que me instruam no amor

e chegue à salvação por me fazer de tão infeliz…

Quão imaturo sempre fui,

para que me sinta algum dia adulto

e ambicioso,

para que encontre o lugar onde me realizar

e seja simplesmente tão só eu.


E olho o Mar

e perco-me a contar ondas,

e adormeço sobre o imenso areal da minha vida,

por entre conchas e algas e tanto lixo,

como se o futuro fosse, aquele exacto momento,

como se morresse, ali...

E nada mais restasse, após a maré ter subido,

senão a velha alma, ainda aprendiz,

e mais uma vez, capaz de se fazer à faina

depois de todo o Mar ter naufragado seus subversivos estados.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Entro...

Entro num templo e oro
a Deus e aos santos
para satisfazer
ou aquietar os que em mim,
têm forte crença no divino
ou temem a desgraça.
No entanto persisto em me pensar
no agnosticismo.