segunda-feira, 18 de março de 2013

Primavera

Muitos me olham
e poucos me veem.
Outros já não me (re)conhecem.
Muitos se esqueceram de minha existência.
Eu também me resguardei de mais,
como se o frio do inverno me fosse fatídico,
e houvesse porta sem fechadura,
para que da casa de mim, nunca saísse.

Mas já faltam poucos dias
para que o Sol se cruze em outro desígnio
e se eleve no Céu como Primavera da promessa ,
e me nasça um tapete de lírios brancos,
e flutue eu no seu doce aroma,
e haja um abóboda de azul celeste,
para todos os voos de chilreados cânticos
e muito amor para quem vier a habitar o próximo jardim.

Que seja veste o tempo ameno
e que a humanidade nunca mais se faça noite
e haja sempre luz para o sofrimento,
e me construa eu nuvem sem qualquer vento,
me evapore no coração de toda a arte do ser,
e me sintam como se fosse a borboleta que anuncia
o renascimento, que se exclama da Mãe-Terra,
a que sai no meio do Universo.

 

2 comentários:

  1. Maravilhoso poema primaveril, João, e de todas as estações da alma humana.Parabéns
    Bjs Carmen

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  2. Que beleza de Poesia, Poeta... Trouxe um vento novo pros meus lados, versos acenando desde o horizonte
    com um novo Sol, e isso enche meu coração de jubilo, como se fosse eu mesma o seu Poema, em cada verso, de cima a baixo.

    Foi bom demais me sentir pertencendo ao poema alheio. Gratidão. Abraços. Carmen

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