domingo, 22 de abril de 2012

A mente mente


Penso demais
e o raciocínio é presa fácil
na teia das velhas emoções
e os erros sucedem-se.
A mente mente
e eu também,
até que me apanhe
e deixe de confundir.


Quero...


Quero mais do que parecer
tudo o que me faça saltar a cerca;
experimentando, retesando os limites…
Viver humano,
para ser mais eu.
Por muito que me queira afigurar,
sou todos os que em mim havia, por enquanto,
menos este que apareço.

O avesso é bem diferente do direito,
mesmo que se declare como igual.
Quanto mais igual,
desigual.




sábado, 14 de abril de 2012

Olhar


Deixa que te mire
e contemple,
para que te gostes mais
e concebe a minha dádiva,
apenas como uma ponte
à tua emancipação.
Olho-te, não para que me (re)conheças,
mas para que te (re)vejas
e estremeças,
e morra eu aos horizontes
que ali mesmo, naquele lance, se esgotam,
para que apenas me sinta
e sobeje,
e seja.

Ver-me-ei, no que quiseres ser,
basta que me provoques
com um breve olhar,
que se leia.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Coisas

Coisas de homem,
só homens com homens sabem
fazer e sê-las,
ser Homem,
resolvendo a ancestral dualidade do género
em consonância com o Verbo,
o Anima da alma.
De mulher, igualmente;
combatentes de inquietante Animus
que também acossa desde primo tempo.
De Homem,
estão para além do que a natureza induziu
e de todas as leis, que teimam, confinadas,
sejam as da Terra,
sejam as dos céus ditadas pelos da Terra,
que alucinam pela demora
e chegar a Deus.
Quando aqui, há de tudo,
até o inferno se fabrica à mão,
desde a esquina,
até à pretensão,
e também é céu,
e até a pequenez.


domingo, 8 de abril de 2012

Sobre o arame

Se houver em mim alguma porta por abrir
é a vossa, onde estais trancados.
Poderei eu escancarar-me
e crer no amor,
e quanto mais depender do prazer,
mais sofredor serei,
mas jamais capaz de me consumir,
depois do que já em mim lutei,
para além do limite do poial,  
e voltar a fechar.

Sou o que quiserdes
mas nunca mui distante do que ouso ser  
e da  liberdade que me fervilha,
até que me destine ao caos dos improvisos
a possua dons à satisfação sobre o arame.  

sábado, 7 de abril de 2012

(In)Felicidade

Vou até onde me demando
e o tempo me souber
até desmistificar a (in)felicidade
e sentir hoje como oiro,
ser borboleta no âmago de uma flor,
e a insatisfação como degrau
e a imaginação ventre do criador.

Tão ávidos são os meus sonhos
e falazes os meus desejos,
para um só caminho que preciso,
com a Inteligência que me rege,
sempre pronta a redimir-me.  

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pessach

Não posso pactuar com o mal,
mesmo que tenha a chancela de um qualquer deus!
Serei sempre também a Igreja,
mas nunca pela religião.
Não é a fé que questiono,
mas as leis dos homens,
que não servem o Homem,
nem a evolução do firmamento
e os que se fingem de cegos.

Que se celebre sim, Pessach;
a passagem do anjo da morte,
o que nos liberte dos primogénitos
das casas da traição e crueldade,
que escravizam o povo da vida;
todos os filhos de Deus!