As palavras constroem-se poema, de fina alma, alvas de sentido, intensas por tanto passado, de esperanças, de tanto desejar a poeta, renascer.
O sonho colore constantemente todas as esquinas dos versos e o amor vibra ao ritmo das frases, e a poesia flui como um rio, descomprometido com as margens…
Há um céu, nesta escrita, com nuvens, mesclado por chuvas, desarrumado por ventos, intransponível à contemplação pelo nevoeiro das dúvidas, iluminado por sóis, prateado de luas, fragmentado por ínfimas partículas cósmicas, com pássaros e anjos…, que só como a poeta, Deus o (re)criou, assim.
Há uma Terra fecunda, com muito verde e muito mar, na lembrança intemporal da feliz mensageira, que se cobrindo com as vestes do tempo, navega, apetrechada, com bússolas, astrolábios, cartas, mapas, nos oceanos profundos da humanidade, encarnando, no drama de todos os palcos, o Todo, lutando contra quaisquer Adamastor, nas tempestades dos dias, com palavra afiada, como espada. E a criança, a mulher e a flor habitam-na, e a luz, a manhã, a esperança e o amor nascem-lhe das profundezas, para além dos genes e todos se cruzam nas doces linhas que escreve, com saber, desaguando em tantos depois, nos olhares de quem terá o bom fado de a ler.
Abraços-poema, poeta Carmen!
João Manuel Marques Jacinto
(o menino do Montijo)
Poeta – Lisboa, Portugal