quarta-feira, 30 de abril de 2025

Além do Espelho


Mais do que fingir ao próprio espelho

é ter o que valha e mereça bem,

é a palavra que germine cá dentro,

é alicerce feito sentidos e passado,

é o corpo que se abuse nas apetências e ao que cria e seja prazer,

é o ritmo certo ao saudável e da tarefa inquestionável,

é a compensação do que falta e nunca se terá,

é a morte que tem de fazer entender um qualquer fim,

é voar sobre todas as gaiolas, ignorando-as,

é o frio responsável, que um dia o calor permitiu,

é o som do vento dos Ventos, nunca igual,

é o eterno sumário do que nunca limita,

para que, em ritmos e saberes,

nunca se esgote o tempo do Tempo.

 

Mais do que se pensar livre

é não deixar que se prenda.

 

Mais do que se sentir cárcere

é sonhar com asas e ser ovelha fora do indesejável.

 

Mais do que ser

é o que se sucede à dúzia,

de cada vez.

 

 

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