Deus fez de tudo no paraíso,
teceu cada folha, cada árvore,
e plantou a tentação no coração do ser.
Fez o sol brilhar, o rio correr,
mas, nas profundezas da criação,
ocultou o abismo.
Deu-lhes o Éden como promessa,
mas no centro, um segredo.
O fruto proibido, tão doce ao olhar,
era a chave para a queda,
como se o amor fosse um pecado
disfarçado de liberdade.
Fez-se ausente quando o homem perguntou,
quando a mulher tocou o que era seu.
Deixou que o desejo os guiasse
por entre sombras que Ele mesmo teceu,
e o paraíso desabou
nas mãos da escolha sem fim.
E agora, o vento sussurra
que o paraíso foi feito
para ser o inferno do homem.
Onde a inocência se perdeu
e o castigo é a eterna lembrança
de que o bem nunca esteve além
do que a criação quis esconder.
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